domingo, 26 de dezembro de 2010

Dar o Melhor de Si e Não Desistir

FELIPE AUGUSTO KARAM

Membro do Sumo Conselho da Estaca Curitiba-Brasil Tarumã

Revendo alguns acontecimentos pessoais neste ano comecei a lembrar do que estudei nas escrituras para analisar e comparar se eu estava ou não trilhando o caminho certo.

Mesmo que alguns dos meus objetivos não tivessem sido atingidos compreendi que nem tudo pode ser conquistado como nós desejamos, mas, o importante é não parar de buscar o que está em nossa lista de metas.

Fiz uma retrospectiva histórica lembrando que Moisés duvidou da sua missão quando estava falando com Deus (Êxodo 3:11). Porém, quando o Senhor lhe respondeu que sempre estaria à seu lado, Moisés sentiu-se fortalecido e por mais de sete vezes confrontou-se com o faraó para tirar os hebreus do cativeiro, obtendo êxito, mas com muito sacrifício.

O pequeno Davi, jovem e sem experiência de guerra acreditou que seria possível vencer o gigante Golias, não se amedrontou e, com sua fé e bravura derrotou o inimigo garantindo a vitória ao seu povo. São palavras de confiança as que Davi proferiu antes de enfrentar Golias quando Saul estava tentando dissuadi-lo de lutar: “O Senhor me livrou das garras do leão e das do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu.” (I Samuel 17:37).

A viúva de Sarepta que não tinha alimento em sua casa exceto para si e seu filho e, ainda assim, recebeu Elias e o deu de comer porque o Senhor havia ordenado e porque acreditou na promessa feita por Elias de que não a deixaria passar fome. (I Reis 17:14).

Não posso deixar de mencionar o maior martírio que um homem pôde passar em sua vida, escrito no Velho Testamento. Jó, ainda que sendo um homem justo e temente à Deus sofreu diversas aflições, além das dores e peste que veio sobre seu corpo, a perda de tudo o que tinha não abalou sua crença e confiança no Senhor seu Deus. (Jó 13:15-16).

No Livro de Mórmon podemos encontrar diversas histórias de homens destemidos e justos que jamais desistiram de suas metas, a principiar por Leí que, mesmo sendo chamado de tolo e visionário obedeceu ao Senhor abandonando sua riqueza e seus bens, conduziu sua família pelo deserto africano até chegar às margens do grande mar, construiu um navio e trouxe-os para o continente americano onde sua posteridade foi grandemente abençoada.

Podemos lembrar as sábias palavras de Néfi, um filho obediente de Leí que, acreditando nas palavras de seu pai sempre cumpriu as suas ordens, pois sabia que as mesmas vinham de Deus. (1 Néfi 3:7).

Abinadi, um profeta que viveu nas Américas cerca de 150 anos a.C. ensinou ao povo que deveria se arrepender dos seus pecados e voltar suas vidas ao cumprimento dos mandamentos do Senhor, jamais negando os mandamentos de Deus. Fez isso até o último momento de sua vida, esta que lhe foi tirada pelo fogo preparado por pessoas iníquas, como vemos em Mosias 17:20.

Outro excelente exemplo de perseverança são os dois mil jovens guerreiros, filhos de Helamã que lutaram pela paz de seu povo num dos tantos momentos da história pré-americana (aprox. 65 a.C.) em que eram perseguidos pelos lamanitas, um povo cruel, descrente e sem leis. Sua coragem, bravura e fé eram tão grandes que seus exemplos ficaram marcados para a posteridade e hoje podemos ler sua história no Livro de Mórmon em Alma 56:42.

Deixem-me compartilhar com vocês uma história contada pelo Pres. Thomas S. Monson em 1987, na ocasião Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, repetida na Liahona de junho de 2004, sobre um jovem sueco deficiente físico chamado John Helander. Ele tinha dificuldades de coordenar seus movimentos, mas, mesmo assim, numa conferência de jovens se posicionou para participar de uma corrida, sabendo que não tinha a menor chance de vencer.

Os corredores dispararam na frente de John, dando tudo de si, mas, os espectadores ficaram admirados em saber quem era aquele corredor que tinha ficado para trás, muito atrás.

Todos os outros competidores cumpriram seus objetivos com muito mais facilidade do que John. Mesmo depois que os corredores atingiram a faixa de chegada e John ainda estava apenas na metade da primeira volta, a corrida não tinha terminado. Ainda restava um corredor, competindo consigo mesmo, único em toda pista, mas não um desistente.

A platéia começou a torcer para que ele finalizasse a corrida. Todos esperavam que alcançasse a linha de chegada onde colocaram uma fita nova e quando, finalmente, John atingiu a linha de chegada, todos se ergueram, gritaram e o aplaudiram.

Foi a mais linda vitória de toda a conferência.

O Pres. Monson comentou: “Cada um de nós é um corredor na corrida da vida. No entanto, não estamos correndo sozinhos. Uma imensa platéia de familiares, amigos e líderes irão aclamar nossa coragem e aplaudir nossa determinação, ao nos erguermos depois de tropeçar e seguirmos em frente em busca de nosso objetivo. A corrida da vida não é fácil. O trajeto é cheio de armadilhas e repleto de obstáculos. (...) Afastemos todo pensamento de fracasso. Abandonemos todo hábito que possa prejudicar-nos. Busquemos alcançar o prêmio preparado para todos, sim, a exaltação no reino celestial de Deus.”

Poderia citar inúmeros outros exemplos de pessoas ou grupo de pessoas que tiveram suas dificuldades e superaram porque Deus estava à seu lado e porque criam nisso, principalmente porque criam na sua capacidade pessoal de superar as dificuldades que enfrentariam, sem temor, sem receio e com fé de que seria possível chegar lá.

Eu acredito que podemos conquistar nossas metas e alcançar nossos objetivos, pois não estamos sós neste mundo. Precisamos acreditar em nós mesmos e em nosso potencial de mudar as coisas, dando o melhor de nós e não desistirmos jamais.